Desenvolvimento:

André Piva

Editora:

Débora Luz

Diagramação e Arte:

Laura Moura e Débora Luz

O Tab UFPB ​explorou alguns dos ​diversos atrativos ​parahybanos e traz, ​nesta reportagem, ​um apanhado de ​lugares fantásticos ​para se conhecer ​em João Pessoa

João Pessoa, nacionalmente reconhecida por suas praias ​paradisíacas, possui um movimento crescente de deslocamento do ​epicentro do entretenimento, expandindo-se para além das ondas ​que banham suas costas. A capital paraibana proporciona uma ​experiência enriquecedora para quem busca não apenas o sol e o ​mar, mas também a riqueza cultural que permeia cada canto da ​cidade. Em meio à falta de incentivos financeiros e políticas ​públicas específicas, museus, eventos culturais e o encanto do ​centro histórico resistem, proporcionando aos visitantes um ​convite irrecusável para uma viagem cultural única.

O Hotel Globo, um estabelecimento de alto ​padrão em João Pessoa em sua época, era ​frequentado pela elite, que não apenas se ​hospedava, mas também desfrutava do chá ​da tarde e admirava o pôr do sol no Rio ​Sanhauá. Composto por dois edifícios ​ecléticos, apresenta influências dos estilos ​Neoclássico, Art Nouveau e Art Déco.

Por aproximadamente 15 anos, foi o ponto central da sociedade parahybana, sendo o ​primeiro hotel de primeira categoria na capital do estado. No entanto, com a ​transferência do porto e a construção do Paraíba Palace Hotel, o Hotel Globo entrou em ​decadência, tornando-se um local mais frequentado por boêmios nas décadas de 40 e ​50.

Reconhecido como um marco no desenvolvimento da ​capital, o prédio foi tombado em 1978 e restaurado em ​1994. Sofrendo danos em 2013, foi reaberto em 2016 ​após revitalização pela Prefeitura de João Pessoa. Hoje, ​funciona como museu, exibindo parte do mobiliário ​original, um acervo de arte popular e abriga o ​Consulado Espanhol na Paraíba. O local é visitado não ​apenas por sua história, mas também pela vista ​deslumbrante do Rio Sanhauá e do pôr do sol em seu ​jardim, além de exposições de arte temporárias que ​são locadas no prédio histórico.

Quem deseja conhecer o local e admirar a belíssima vista, pode ter ​acesso ao hotel de forma gratuita, todos os dias da semana, das 8:00 ​às 17:00

Fotos: Débora Luz

Desde 2010, a Praça Rio Branco, no Centro de João Pessoa, que um ​dia abrigou o Centro Administrativo e sede da Capitania Real da ​Parahyba, já não é mais a mesma: há 14 anos, nascia o projeto ​chamado Sabadinho Bom, que, por muitos, é carinhosamente ​apelidado de apenas Chorinho. Uma experiência que transcende a ​energia do dia eleito como dia certo para sair de casa, revelando-se ​como uma celebração vibrante da cultura local. O projeto, gratuito ​e assegurado pela Fundação Cultural de João Pessoa, recebe ​visitantes desde as primeiras horas da manhã, com as ruas ao ​redor ganhando vida e as pessoas motivadas a contemplar ​também a arquitetura histórica, que caracteriza o centro da capital.

No palco do Sabadinho Bom, o ​choro e o samba ditam todos os ​tons, às vezes acompanhados de ​um forró ou outro ritmo regional. O ​espaço, que valoriza músicos e ​grupos musicais da cidade, ​apresenta ao grande público ​bandas como o Clube do Choro da ​Paraíba, que desde a década de 80 ​está na ativa e faz parte do projeto ​desde o seu início. O Sabadinho ​Bom contribui, ainda, para ​potencializar a economia criativa ​no Centro Histórico.

À medida que o sol avança pelo céu, a praça histórica, com suas ​lindas copas de árvores formando um verde-céu, se torna ponto de ​encontro para amigos, famílias inteiras e turistas que desejam ​viver a cultura paraibana de perto. Sob a sombra das árvores ​centenárias, o Sabadinho Bom proporciona memórias de um dia ​leve, conversas animadas e muita festividade, criando uma ​atmosfera acolhedora que envolve a todos os presentes em seus ​passos, brindes, abraços e melodias. A cada esquina, os detalhes ​históricos se entrelaçam à contemporaneidade, proporcionando ​semanalmente uma experiência enriquecedora que destaca a ​identidade cultural única da cidade.

Ao cair da tarde, o Sabadinho Bom atinge o seu ponto alto. À luz do entardecer, o ​Centro Histórico de João Pessoa se fortalece e marca em território público um evento ​que é feito para todas as pessoas, de todas as cores, crenças e endereços. O encontro de ​gerações, a convivência multicultural e a alegria contagiante tornam esse evento não ​apenas um ritual semanal, mas uma expressão da alma pulsante de João Pessoa. Assim, ​o Sabadinho Bom transcende a ideia de um simples dia de lazer, transformando-se em ​uma celebração autêntica da cultura, datada no calendário e no coração dos ​pessoenses e visitantes.

Fotos: @cybercuzzy

O 08Centro, evento criado em João Pessoa, tem como objetivo ​disseminar a cultura clubber, a arte e a música, ocupando espaços ​outrora marginalizados. Inicialmente, começou com o Beco ​Sounds, um carrinho de drinks na praia do Bessa. No entanto, ​visando explorar novos locais, o coletivo Vida de Clubber e o Beco ​Sounds uniram forças para levar suas atividades ao beco da ​cachaçaria Philipéia, no coração da capital pessoense.

Fotos: @cybercuzzy

Fotos: @cybercuzzy

O retorno do "Sabadinho bom" impulsionou os organizadores a ​realizar eventos no beco da Philipéia, posteriormente migrando ​para a calçada da General Store, ambos em ruas próximas ao ​chorinho na praça Barão Rio Branco, como uma proposta de after ​do Sabadinho.

O grupo, composto por produtores ​culturais independentes, se mantém ​na resistência cultural, aspirando ​reconhecimento oficial como parte ​da cena cultural da cidade, mas ainda ​não conta com apoio da Secretaria de ​Cultura e da Prefeitura.

Com um circuito cultural ​envolvendo o término do Sabadinho ​Bom, o batuque no beco da Philipéia ​e o 08Centro, o evento se destaca ​como uma cena independente que ​busca fortalecer e enriquecer a ​cultura local.

O museu da cidade de João Pessoa fica na Praça da ​Independência número 92. Inaugurado em novembro ​de 2021, é aberto de terça à domingo. O museu é auto ​explicativo, podendo optar por uma visita guiada ou ​não e promete uma viagem ao passado com sua ​arquitetura original de 1924 e móveis referentes aos ​anos 1930, incluindo a mesa onde João Pessoa foi ​assassinado numa confeitaria de Recife.

Aberto das 9:00 às 16:30, as visitas são gratuitas, mas grupos de 10 pessoas ou mais ​precisam ser agendados.

O museu tem dois andares onde ​conhecemos um pouco da história ​do espaço, sua fundação e por quais ​famílias passou. Assim como a ​história do presidente João Pessoa e ​sua morte. Também possui livros, ​objetos de gabinete e uma coleção de ​imagens do fotógrafo Antonio David.

O passado divide morada com o ​Contemporâneo onde são ​apresentadas exposições rotativas e ​obras de artistas como Hermano José ​com destaque para a falésia do Cabo ​Branco e paisagens da cidade.

O museu Casa de Cultura Hermano José funciona no bairro do ​Bessa, na antiga casa de Hermano, considerado um dos maiores ​artistas plásticos da Paraíba, ativista cultural e militante da ​preservação ecológica de Cabo Branco.

O local visa preservar, conservar e difundir as obras e coleções do artista, abrigando ​sete espaços destinados a exposições de curta e longa duração e uma biblioteca ​especializada em artes, cultura e humanidades.

A Igreja São ​Francisco possui ​uma arquitetura ​franciscana, típica ​do nordeste ​brasileiro, ​possuindo o estilo ​fiel ao Barroco-​Rococó, com ​diversas formas ​ilusórias dos santos ​franciscanos.

O centro cultural São Francisco é localizado no coração do Centro ​Histórico de João Pessoa, sendo composto por um incrível ​complexo arquitetônico, incluindo a Igreja São Francisco, o ​Convento Santo Antônio, e diversas outras construções ​importantes para a história da cidade, além de ser considerado o ​maior monumento em estilo barroco da América.

A visitação é aberta de terça a sábado, das 9:00 as 16:00, e aos domingos das 9:00 as ​15:00, com a entrada custando R$12,00 para adultos e R$6,00 para crianças e idosos.

As exposições podem ser acessadas no primeiro espaço e ao final ​do tour há um ambiente que simula uma bodega, com produtos ​artesanais sendo vendidos, como mel e doces. No segundo espaço ​ficam fotos, vídeos e o acesso a uma lojinha com produtos ​artesanais como bolsas, roupas, jóias artesanais, e cadernos. O ​museu é aberto de domingo a domingo, das 9:00 às 16:30 e sua ​entrada é gratuita.

O museu brasileiro da cannabis foi uma iniciativa da ​associação brasileira de apoio à cannabis esperança ​(ABRACE), uma ONG paraibana que produz e defende ​o uso medicinal da maconha no Brasil. Conta com um ​acervo constituído por relíquias, jornais antigos, textos ​de estudos, capas de filmes, revistas, equipamentos ​utilizados na produção do cânhamo (uma variedade ​da cannabis), livros, fotos e placas autoexplicativas ​traçando a história do uso da maconha como remédio ​até os dias de hoje, além de um expositor de alguns dos ​produtos desenvolvidos pela Abrace.

O museu fica no Parque Solon ​de Lucena, próximo a ONG da ​ABRACE. Funcionando de ​segunda a sexta de 09:00 às ​17:00 (fechado para almoço ​entre 12:00 e 13:00). Para ​entrar é cobrada uma taxa: ​R$20,00 (inteira), e R$20,00 ​(meia).

Criado para homenagear o ilustre escritor ​paraibano José Lins do Rego, o museu ​permanente localizado no Espaço Cultural ​José Lins do Rego, em sua homenagem, reúne ​mais de 5 mil volumes de livros que faziam ​parte de sua biblioteca particular. O local ​possui um espaço que representa fielmente o ​seu escritório, contendo, inclusive, a máquina ​de escrever com a qual ele produziu clássicos ​da literatura, como Menino de Engenho e ​Fogo Morto.

O museu também conta com ​diversas fotos e memórias, ​assim como a espada que ​representou sua passagem ​pela Academia Brasileira de ​Letras (ABL), um museólogo ​que perpassa por toda a ​história de vida de José Lins do ​Rego. Uma visitação pelo ​passado vivo da Paraíba.

O horário de visitação ao público é de segunda a sexta-feira das 8:30 às 11:00 e de 14:30 ​às 17:30, é fechado aos sábados e domingos. Fica localizado na Av. Rua Abdias Gomes ​de Almeida, 800 – Tambauzinho, João Pessoa - PB, 58042-100. Telefone para contato: ​(83) 3211- 6225. Entrada Gratuita.

O Memorial Abelardo da ​Hora é um espaço ​permanente dedicado às ​obras do artista plástico, ​com um acervo formado ​por 215 peças entre ​esculturas monumentais ​em cimento, bronze e ​concreto, além de ​cerâmicas, tapeçarias, ​quadros, desenhos e ​gravuras.

Sempre com um olhar crítico acerca da fome, seca e miséria ​sofrida pelas famílias humildes. As obras impressionam por seu ​realismo, deixando os sentimentos de quem as admira, à flor da ​pele. O trabalho de Abelardo também ficou conhecido ​mundialmente por retratar as mulheres, enaltecendo sua beleza e ​seus cabelos de nuvens, proposta para passar a ideia de ​movimentos ao vento.

O museu fica localizado no Espaço Cultural, na Av. Rua Abdias Gomes de Almeida, 800 ​- Tambauzinho, João Pessoa - PB, 58042-100. Se trata de uma exposição permanente e ​os horários para visitação são: de terça à sexta das 9:00 às 17:00 e aos sábados, ​domingos e feriados das 13:00 às 19:00. Entrada Gratuita.

Contato:mah.funesc@gmail.com

O Museu de Esculturas Jurandir ​Maciel, localizado no Centro ​Histórico de João Pessoa, conta com ​mais de 500 obras que compõem seu ​acervo. O museu, que leva o nome do ​artista que é responsável pela ​confecção das peças, é marcado por ​esculturas de dimensões ​monumental, natural e miniatura. ​Além disso, possui uma ​diversificação em materiais ​utilizados, incluindo bronze, ​alumínio, mármore, concreto e ​gesso, muitos dos quais resultam de ​processos de reciclagem.

Focado especialmente na região Nordeste do Brasil, o ​museu destaca a pluralidade de grandes nomes da ​música, cultura e sociedade brasileira por meio de suas ​esculturas. Além das notáveis figuras esculpidas, como ​Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Altemar Dutra e ​Ariano Suassuna, o espaço também abriga uma ​variedade de outras formas artísticas, como desenhos, ​pinturas, gravuras e letras de músicas de alguns dos ​homenageados, todas contribuindo para enriquecer a ​experiência cultural oferecida a quem visita o lugar.

Os visitantes têm a oportunidade de interagir ​de maneira única com o acervo, podendo ​fotografar ao lado das estátuas das ​personalidades ilustres presentes no museu e ​até sentir-se parte do acervo no local com a ​moldura “Obra mais importante deste ​museu”. Vale ressaltar que muitas das ​matérias-primas utilizadas refletem o ​compromisso do museu com práticas ​sustentáveis, uma vez que provêm de ​processos de reciclagem. O Museu de ​Esculturas Jurandir Maciel, assim, se destaca ​como um espaço que une preservação ​cultural, apreciação artística e consciência ​ambiental.

O museu possui horário flexível durante a semana, funcionando ​nas segundas e terças das 9:00 ao meio dia, na quarta à sexta das ​9:00 às 17:30 (fechando das 12: às 15:00) e, aos sábados e ​domingos, das 9:00 às 18:00 (também com intervalo para almoço. ​Para manutenção do local, cobra-se uma taxa de visita de R$15,00.

A Usina Cultural Energisa é um ​espaço de exposições permanentes, ​multifuncional dedicado à ciência, ​cultura e artes. A instituição dispõe ​de galeria de arte, livraria, loja de ​souvenirs, espaço para ​apresentações musicais - Café da ​Usina - Espaço Energia, um museu ​temático didático-interativo, guiado ​por um especialista que faz ​demonstrações com eletricidade, ​campo magnético, além de uma sala ​de cinema que conta a história da ​energia elétrica.

Está localizada em uma área de preservação histórico-​cultural e com um belíssimo urbanismo e arborização ​externa, perfeito para feiras, festivais, apresentações e ​para se visitar.